Criaturas
No interior do campo, em cujas noites a luz hesita, existe um artesão que ninguém conhece. Suas mãos, silenciosas como o voo das corujas, talham a madeira que murmura em línguas esquecidas. Cada objeto nasce estranho, carregando segredos que nem o tempo ousa decifrar. Não há trilhas até ele — apenas aqueles perdidos o encontram. Dizem que suas criações sussurram aos que ousam tocá-las, despertando memórias de vidas que nunca viveram. O artesão permanece invisível, como lembranças que se perdem na noite dos tempos em saudades indefiníveis.